15 de outubro de 2011

3.2 Projeto de aula - Crônica e conto

AUTORA: Alessandra Marques Steffenon

ESTRUTURA CURRICULAR:
·  Modalidade/Nível de ensino: Ensino fundamental Final – 9º ano;
·  Componente curricular: Língua Portuguesa;
·  Tema: Análise lingüística: modos de organização dos discursos


DADOS DA AULA
O QUE O ALUNO PODERÁ APRENDER COM ESTA AULA:
·  Estudar as características da crônica e diferenciá-la do conto;
·   Comparar os gêneros crônica e conto;
·  Identificar semelhanças e diferenças nesses dois gêneros narrativos;
·  Reconhecer os elementos básicos da estrutura narrativa presentes na crônica e no conto;
·  Ouvir, ler e analisar crônicas;
·  Produzir crônica.



DURAÇÃO DAS ATIVIDADES
Oito aulas de 55 minutos.

CONHECIMENTOS PRÉVIOS:
·  Elementos básicos da estrutura da narrativa;
·  Interpretação de textos.

ESTRATÉGIAS E RECURSOS DA AULA:
·  Utilização de livro didático e livros de crônicas e contos;
·  Leitura de crônicas realizada pela professora e pelos alunos;
·  Audição de crônicas em aparelho de som;
·  Pesquisas na sala de informática e na biblioteca;
·  Estudo de textos (imagem e escritos);
·  Brincadeira “Prancha pirata”;
·  Produção de texto.

PASSOS PARA O DESENVOLVIMENTO
aLevar para sala livros de crônicas, em quantidade suficiente para o número de alunos da turma, com intuito de incentivá-los a iniciar a leitura na escola e levar o livro para continuar em casa. Tais livros podem ser buscados na biblioteca. Sugerimos a coleção da série “Para Gostar de Ler”. É importante que o livro contenha várias crônicas, assim o aluno terá mais opções de leitura e maior possibilidade de envolver-se.

aIniciar a aula lendo para os alunos a crônica “A velha contrabandista”, de Stanislaw Ponte Preta. A narrativa curta e humorística desperta o interesse.

A Velha Contrabandista
Stanislaw Ponte Preta

       Diz que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todo dia ela passava pela fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da Alfândega - tudo malandro velho - começou a desconfiar da velhinha.
       Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da Alfândega mandou ela parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou assim pra ela:
       - Escuta aqui, vovozinha, a senhora passa por aqui todo dia, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
       A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais outros, que ela adquirira no odontólogo, e respondeu:
       - É areia!
       Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia. Muito encabulado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás.
       Mas o fiscal desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba, dentro daquele maldito saco. No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia, uai! O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e, todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.
        Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
        - Olha, vovozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço. Manjo essa coisa de contrabando pra burro. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
       - Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que deixo a senhora passar. Não dou parte, não apreendo, não conto nada a ninguém, mas a senhora vai me dizer: qual é o contrabando que a senhora está passando por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não "espáia"? - quis saber a velhinha.
- Juro - respondeu o fiscal.
- É lambreta.


aDisponibilizar os livros de crônica para os alunos lerem algumas em sala e incentivá-los a levar para ler mais em casa e no decorrer dos dias trocar os livros.

aPropor uma charge de Angeli para ser debatida.




aEstudar a notícia de jornal “Gabarito seria transmitido por mensagens de texto” (Folha de S. Paulo. 30 jan. 2006. Cotidiano) e da crônica “Torpedos”, de Moacyr Scliar (Folha de S. Paulo. 20 fev. 2006).
Levar os alunos a perceberem que um é fato verdadeiro, noticiado em jornal, e o outro, também publicado em um jornal, é ficcional, mas com base em um fato real, do cotidiano.

aDiscutir sobre a relação entre o jornalismo e a literatura, usando o livro didático “Português: A arte da palavra. 9º ano. Editora: AJS”.

aRealizar momento de leitura, em alguns momentos na biblioteca escolar e em outros a partir da troca de livros entre os alunos, que deverão fazer um breve comentário sobre o que leu, para que os colegas se interessem e também busquem ler.

aEstudar o texto “O nascimento da crônica”, de Machado de Assis.
http://www.crmariocovas.sp.gov.br/ntc_l.php?t=044

aRealizar brincadeira “Prancha pirata”. Esta é a apenas a primeira etapa da brincadeira, que está dividida em três.
·  Material: Uma ripa (com aproximadamente 4 metros de comprimento), um livro e um cronômetro.
·  Desenvolvimento: A ripa será usada como a prancha pirata. Conforme a idade da turma, pode ser escolhida uma ripa que manque ou colocar uma tampinha metálica de garrafa com intuito de possibilitar que a prancha balance para os lados, aumentando, assim, o grau de dificuldade da prova. Fazer uma marca na prancha (a um metro do início), onde será deixado o livro. Para escolha do livro deve-se levar em consideração o gênero textual trabalhado com a turma, por exemplo, narrativas de aventura, crônicas o poemas, em nosso caso, devemos usar livro de crônicas. Dividir a turma em dois grupos. Cada participante deve iniciar o trajeto, pegar o livro, percorrer até o fim, voltar e deixá-lo no local marcado. Aquele que cair da prancha, apoiar-se com as mãos na prancha ou apoiar-se no chão, deverá reiniciar o trajeto. Vence o grupo que fizer o trajeto totalizando menor tempo, mas também devem ser destacados os progressos relacionados à psicomotricidade e ao trabalho em equipe.
·  Objetivo: Desenvolver habilidades psicomotoras, cooperação e contato com o livro.

aConvidar um aluno para ler “A última crônica”, de Fernando Sabino. Em seguida, ouví-la no CD das Olimpíadas de Português, disponibilizado pelo MEC. Explorar o título e questionamentos.

aDiscutir acerca da cronologia da crônica, usando o livro didático “Português: A arte da palavra. 9º ano. Editora: AJS”.

aRealizar brincadeira “Prancha pirata – em grupo”.
O que diferencia esta etapa da brincadeira é: Dividir a turma em dois grupos. Todos os componentes do grupo deverão passar pela prancha de mãos dadas. O primeiro da fila pega o livro e os demais o acompanham até todos saírem da prancha. Em seguida, passa o livro para o componente que saiu por último da prancha, pois esse será o primeiro a percorrer o trajeto de volta.  Quando ele chegar à marca, deixará o livro e todos os componentes do grupo deverão passar sem pisar o livro. Caso algum componente caia da prancha, apóie-se com as mãos na prancha, apóie-se no chão ou pise o livro, todo o grupo deverá reiniciar o trajeto. Vence o grupo que fizer o trajeto em menor tempo, mas também devem ser destacados os progressos relacionados à psicomotricidade e ao trabalho em equipe.

aEstudar o texto “A minha glória literária”, de Rubem Braga.

aPesquisar, em grupo e acompanhados pelo professor, sobre as características da crônica (usar a internet e, se possível, a biblioteca). Deixar que os grupos escolham os artigos a serem lidos na internet, contudo instigar a buscarem mais informações, principalmente quando o artigo tiver pouca informação. Sugerir um sobre a crônica e conto. Os alunos foram convidados a visitarem blogs e a observarem crônicas, atividade extraclasse. 

aProduzir o primeiro parágrafo de uma crônica.

aRealizar brincadeira “Prancha pirata – lendo”
A atividade consiste na terceira etapa da Prancha pirata. Dividir a turma em dois grupos. O primeiro participante do grupo pegará o livro e iniciará a leitura do texto selecionado. Os demais prosseguirão de onde o anterior tiver parado, sendo que apenas o último deverá deixar o livro na prancha, pois ao passar o livro para o colega terão de indicar onde pararam a leitura. Pegar o livro ao iniciar o trajeto e iniciar/continuar a leitura. Em seguida, percorrer a prancha até o fim, voltar e entregar o livro para o colega. Aquele que cair da prancha, apoiar-se com as mãos na prancha ou apoiar-se no chão, deverá reiniciar o trajeto. O grupo adversário deverá comentar o que foi lido, caso não consiga, o grupo que fez o trajeto comenta e recebe a pontuação. Vence o grupo que totalizar maior pontuação, contará tanto o trajeto em menor tempo, quanto o comentário do texto lido. Também devem ser destacados os progressos relacionados à psicomotricidade e ao trabalho em equipe, portanto, acrescentar-se-á uma bonificação referente a tal aspecto.

aEstudar parte do texto “O homem nu”, de Fernando Sabino (introdução e desenvolvimento).

aProduzir uma continuação para o texto. Após leitura das produções, apresentar o final produzido por Fernando Sabino e fazer comparação.

aRealizar momento de leitura.

aRetomar as características da crônica e debater com base nas pesquisas e nos estudos realizados em sala.

aRealizar pesquisa sobre as características da crônica e do conto. Sugerir, também, a leitura do texto “A crônica e o conto”, disponibilizado no blogprofessoraalessandra.blogspot.com.
http://blogprofessoraalessandra.blogspot.com/2011/06/cronica-e-o-conto.html

aRealizar momento de leitura, incluindo contos e comparando-os com as crônicas lidas, de forma a abordar semelhanças e diferenças.

aProduzir crônicas. Quando necessário, reescrevê-las a partir das orientações do professor.

aApresentar as crônicas para a turma e expô-las na escola.

Nenhum comentário:

Postar um comentário